quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Wii: Entenda sua decepção (e a minha)

Desde o N64 que, basicamente, quem compra plataforma da Nintendo são seus fãs. Claro, existem aqueles que são exceção, mas a grosso modo é isso mesmo. Vou dizer o que muita gente diz e todo mundo sabe: a Nintendo antes de qualquer coisa, é uma empresa, e não um clube ou uma comunidade. Por isso, ela age como uma empresa, ela traça estratégias de mercado pra sobreviver, operar sempre no verde, agradar seus acionistas, etc. É assim que ela garante sua sobrevivência.

Ingênuo é o gamer que acha que o Wii o satisfará sozinho...

O Wii foi feito pensando nos jogadores casuais. E, pra esse propósito, ele é um excelente videogame. Por isso não dá para comparar com o 360 ou o PS3. Fica dificil, por exemplo, comparar a interface do Wii com a do 360. Um casual se perderia facilmente na interface do 360, ou não saberia o que fazer diante dela. Essas questões não querem dizer que a interface de um é melhor ou pior que a do outro. Tudo está relacionado com o propósito. A interface do Wii é perfeita para o propósito que ela tem. E a do 360 é perfeita para o propósito que ela tem.

Eu, como gamer, sei que se eu tiver apenas um Wii em casa, não vou ficar satisfeito. Seria ingenuidade da minha parte. Se eu sou um gamer, devo escolher basicamente entre um 360 e um PS3. O Wii, digamos, seria meu segundo console.

Eu não saberia dizer se o Wii dura até o final da geração ou não. Mas, com certeza, o publico que compra o Wii, os casuais, não vão chegar num ponto que eles irão "enjoar" do Wii e querer um 360/PS3. Sabe por quê? Porque este publico é o público que não joga videogame, que não sabe lidar com um joystick de vários botões e que se sente intimidado diante de uma máquina mais complexa. Isso é fato.

Agora, vejo gamers em fóruns se decepcionando ou criticando radicalmente o Wii e sua simplicidade, "casualidade". É quase que uma guerra santa. Mas dessa vez não entre nintendistas e sonystas ou seguistas. Mas sim entre hardcore e casuais. Essa é a minha decepção. Ver gamers se achando superiores demais para jogar um simples Wii. E pior, achando essa abertura de mercado que a Nintendo está patrocinando é algo nocivo. Dizem que o propósito do Wii está errado...

Perai, como assim o proposito do Wii ta errado? Não é o jogador que define o proposito do produto, é a empresa. A Nintendo que definiu isto quando ela começou a pensar no projeto. É ela que define o propósito de seu produto, assim como uma empresa de carros define que quer fazer um carro para atender a pessoas que fazem off-road. Ela não faz um carro com aquelas rodas enormes e suspensões ultra-tecnológicas pro carro andar no asfalto, pra mãe levar a criança pra escola todo dia. Esta mãe, por sua vez, não pode reclamar que é dificil achar vaga que caiba o carro, pois o propósito dele não é esse. Se ela quer um carro pro dia a dia, que compre um que tenha esse propósito, que seja economico e compacto. Existem vários no mercado. O propósito do carro de off-road é andar na terra e em ambientes acidentados. Você nao pode chegar e dizer que isso está errado. Não tem nada de errado. Se a pessoa chega e compra uma bicicleta de asfalto e reclama que não dá pra andar com ela na terra, poxa, porque comprou uma bicicleta de andar no asfalto então? No nosso caso, existem produtos para hardcores (360, PS3) e agora, existem produtos pra casuais (Wii). O mérito que dou a Nintendo é isso, ela conseguiu fazer um produto que atingisse o mercado que ninguém da indústria de videogames conseguia atingir (oceano azul).

A teoria do oceano azul não é desculpa da Nintendo pra não ter que concorrer com a Microsoft e Sony. Primeiro que ela não é obrigada a isso. Ela deve investir no mercado do jeito que ela acha melhor, do jeito que ela ache que será melhor pra saúde e sobrevivência da empresa, e não por caprichos ou mimos de fãs. Mas isso também não quer dizer que ela deve ignorar seus fãs, ela deve achar um equilíbrio nisso. Então ela foi mais do que inteligente, pois percebeu que não cabem 3 plataformas disputando um nicho do mercado, fato este que desde a época do Dreamcast é mais que evidente. E então, investiu em outro nicho. E o melhor: pelo menos até agora, obteve êxito tanto com o Nintendo DS, que já é uma aposta com os casuais, quanto com o Wii, que até hoje não consegue parar nas prateleiras. Ela vende TUDO que produz.

Esse tipo de reação, de decepção com o Wii não é isolada. Eu tenho percebido isso em vários gamers que conheço ou que se manifestam em fóruns. E tenho percebido dois principais fatos que os geram a famosa "decepção" com o Wii:

1. Os gamers esperam que o Wii simule movimentos

Na verdade, a Nintendo nunca quis fazer um videogame que simulasse movimentos do jogador na tela. Nada de Nintendo ON, esqueçam aquele vídeo. A Revolução prometida não se trata de alta tecnologia, se trata principalmente de interface. A questão dos sensores de movimento do Wiimote são pra deixar os comandos mais intuitivos. Ao invés de apertar um botão, você faz um movimento. Aí você me pergunta: "Que idiota, pra que isso? Apertar botão é muito mais facil". Fácil pra gente. A principal barreira entre os videogames e os casuais ou até mesmo aqueles que nunca jogaram, é o joystick. São os botões do joystick. Agora me digam: você está num jogo de tênis, o que acha mais intuitivo para fazer o comando de rebater a bola: apertar um botão ou fazer um movimento de rebatida? Pra um casual, o movimento é uma metáfora muito mais assimilável do que um botão. Um casual compreende e memoriza muito mais fácil um movimento do que apertar um botão. É questão de interface. A lixeira do seu Windows é representada por um desenho de uma lixeira do mundo real não é a toa. É uma metáfora, uma representação que deixa as interfaces mais "amigáveis" pro usuário. Imagina se ao invés do desenho de uma lixeira, fossem códigos hexadecimais mostrando o endereço de memória ou setor do disco rígido onde se encontram os arquivos excluidos? O mesmo vale pro joystick. Se você tem um comando de rebater uma bola num jogo, como você representaria isto para o usuário de forma que a interface entre o usuário e o jogo fique mais "amigável"? Ai eu pergunto: o que o movimento de "apertar de botão" tem a ver com o de "rebater de uma bola" de tênis? Essa é a idéia do Wiimote. Tornar a interface com o usuário mais intuitiva, "amigável".


2. Os gamers esperam que o Wii, por si só, o satisfaça por completo

Como eu disse no início, o Wii, sozinho, dificilmente vai satisfazer um gamer hardcore. A Nintendo já dizia no início, ela queria que o Wii fosse o segundo videogames de todo gamer. A verdade é essa mesmo. Concordo os gamers reclamam que o Wii chega num ponto que acaba te deixando a ver navios. Sim, isso é fato, mas é fato para nós gamers. Por isso que, para nós, o Wii se encaixa melhor como um segundo videogame. Como primeiro videogame, deve-se escolher entre os tradicionais 360 ou PS3. São eles que vão nos satisfazer com seus FPS, corrida, RPGs e etc.

O que eu acho injusto na maioria dos discurssos que gamers andam fazendo por ai, é comparar o Wii com o 360 ou PS3. O conceito, o propósito, a identidade que o Wii carrega é muito diferente. É muito difícil fazer uma comparação dessas. Chega a ser injusto.

Até mesmo comparar Mario Tennis com WiiTennis, por exemplo, é dificil. Primeiro que o WiiSports tende a ser mais um aperitivo do que o novo console se propõe do que um jogo propriamente dito. WiiSports é superficial, ninguém nega. Mario Tennis é divertido e também é muito intuitivo e fácil de qualquer casual pegar o jeito. Mas, como eu disse, a proposta do Wiimote é sair do paradigma de apertar botões para praticamente toda ação num jogo. Como você rebate uma bola? Apertando um botão. Como você dá um tiro? Apertando um botão. Como você abre uma porta? Apertando um botão. Com o Wiimote isso muda. E, apesar do Mario Tennis ser um jogo bem simples em questão de interface, WiiTennis é ainda mais. Com certeza muito casual que não joga Virtua Tennis por medo, jogaria Mario Tennis. Mas, um número muito maior jogaria WiiSports. Casuais não tem medo apenas do número de botões que eles terão que apertar. Eles têm medo do joystick em si, de ver aquele monte de botão e alavanca os deixa receosos. Mesmo que você insista que ele só precisa apertar um botão no jogo.

A comparação injusta também ocorre quanto a estratégia online do Wii. Tudo depende do propósito. O Xbox 360 já nos supre excepcionalmente com suas funcionalidades online. O Wii supre muito bem, no que ele se propõe entregar, com suas funcionalidades online. O esquema de friend-codes, querendo ou não, é mais apropriado quando a empresa coloca a integridade do usuário (crianças jogando e se comunicando por exemplo) em questão. Sim, o 360 possui também um controle excelente em relação a isso. Mas é algo que, querendo ou não, não é muito intuitivo para casuais ou leigos. A diferença do esquema de friend codes é a simplicidade. Não é todo mundo que tem afinidade com telas de configução, opções, menus, etc. Isso é dificil de nós gamers enxergarmos pois é o tipo de coisa que está praticamente em nosso DNA. Pra gente isso tudo é muito simples. Mas pra MUITA gente, ou todo o oceano azul, não é. Portanto, o esquema de friend codes é um sistema que se encaixa pertfeitamente para o que o Wii (e o DS) se propoe. Ele entrega controle e segurança do mesmo jeito que o sistema do Xbox 360 entrega, porém, mais intuitivo. É dificil falar dessas coisas, pois envolve muito conceito e dá pra discutir por horas.

Vejo também que muita gente se frustra com o Wii, principalmente fãs da Nintendo, pois esperam que a Nintendo entregue um console que faça a mesma coisa que os concorrentes, porém, com as franquias e o nome da Nintendo. Infelizmente, isso não vai acontecer. O conselho que eu daria para estas pessoas seria: abra um pouco sua mente, considere comprar outros videogames, deixe dessa bobeira de só comprar videogame da Nintendo por questão de honra, princípios, herança, promessa, ou seja lá o que for. Esperar que o Wii se torne um "Xbox 360 made by Nintendo" é ilusão. O que um gamer precisa e espera de um videogame, ele encontra facilmente num Xbox 360 ou num Playstation 3. Ou seja, já existem estes produtos no mercado. A Nintendo, vendo isto, resolveu fazer algo que ainda não existia no mercado. Ela quer suprir o buraco que a indústria de videogames, como ela é hoje, não supre.

Só pra deixar claro, caso nao tenha ficado, eu não estou criticando Mario Tennis ou o Xbox 360, pelo contrário. Joguei muito Mario Tennis, me divertia bastante e acho o Xbox 360, particularmente, o videogame que oferece a melhor experiência gamística, de longe, no mercado. Só acho que o Wii e sua simplicidade não devem ser criticados tão duramente assim, e principalmente, não devem ser comparados aos videogames "tradicionais". A Nintendo fez e está fazendo um excelente trabalho. Está arriscando num novo mercado e, até agora, está tendo êxito. A Nintendo se mostra cada vez mais uma empresa competente no que faz. Não é qualquer uma que consegue isso.

Não somos superiores por sabermos lidar com menus, botões ou zerar Gears of War no hardcore mode. Videogame é o entretenimento do futuro. Não é justo que tal arte fique apenas restrita a um nicho pequeno no mercado. Como diria Morpheus, em Matrix: Liberte sua mente.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Mais vale um Wii na mão...

Depois que a poeira dos lançamentos abaixou um pouco, eu e uns amigos resolvemos ir a uma loja aqui na cidade para poder experimentar as duas novas máquinas da nova geração: o Playstation 3 e o Wii. Claro, um verdadeiro bravo gamer brasileiro sempre tem o primeiro contato com novos produtos na casa dos outros ou na loja dos outros... Esse negócio de ficar na fila da loja de madrugada pra comprar os lançamentos é coisa de primeiro mundo, não pra nós.

Bom, na verdade eu não me interessei muito em experimentar o Playstation 3. Calma, engole esse "nintendista" que você ia dizer e presta atenção: pra eu me deslocar até uma loja e experimentar algo durante 10, 15 minutos, tem que ser algo diferente. E, diferente, aqui, só o Wii. E não vou ficar aqui "bostejando" sobre o Playstation 3 porque acho que já fiz isso muito nos últimos 2 anos. Não é segredo que eu acho que o PS3 é o símbolo do fim da Era Sony nos videogames, o símbolo da sua arrogância, o símbolo da sua comodidade no mercado, bla bla bla.

Bom, então fomos eu e mais 4 amigos na numa loja aqui no centro de Belo Horizonte fazer o teste das máquinas. Joguei uns 15 a 20 minutos de Wii Sports, conversei um pouco com o pessoal e fui embora. Simples assim. Tanto qunto o Wii. É que era horário de almoço do trabalho e não podia demorar muito. Mas deu pra experimentar bem e formar algumas opiniões para gravação do próximo Sound Test, o qual iríamos expor nossas impressões sobre os dois novos consoles.


Desculpem, mas não posso dar nenhuma declaração sobre o que achei do todo-diferente Wii. Desde que cheguei na loja para testar até hoje não fiz um comentário sequer. Pois, assim que comecei a observar e expor publicamente alguns pontos positivos sorbe essa mudança de foco da Nintendo, estou sendo ameaçado de fatality por todos os lados. E dos brabos...

Mas a questão é a seguinte: tente experimentar também. Só assim para você ter realmente uma idéia do que se trata. Sério, por mais que eu explicasse, não seria a experiência real.

sexta-feira, novembro 10, 2006

E então, eu (não) fui à conferência da Microsoft

É... gamer brasileiro é assim. Quando tudo da certo, algo ainda dá errado...

Ontem foi a conferência da Microsoft aqui no Brasil. Mas não foi qualquer uma. Foi a conferência do lançamento oficial do Xbox 360 no Brasil. E, olha, quando é algo vindo da Microsoft, não esperere qualquer coisa. Espere algo grande, que valha a pena. E realmente foi assim.

O evento era digno de primeiro mundo. Uma apresentação para a imprensa, um coquetel e muitas máquinas rodando jogos para testes à vontade. Claro, comida, bebida... tudo que temos direito. Sério, quem visse fotos ou vídeos, dificilmente acharia que aquilo se passou no Brasil, o país do mercado de videogames decadente. Mas sim, foi aqui, em solo nacional.

Parecia um sonho. Mesmo. É até mesmo díficil de falar ou descrever o que isso poderia significar. Era difícil mesmo de pensar nisso. Veja só, perdi a conta do tempo em que espero e sonho com uma industria de videogames no Brasil comparável às do EUA, Europa... Não é sonhar alto, pois o potencial nós temos, eu garanto. E veja só, esta conferência mostra mesmo que tudo é possível. Imaginaria eu, a um ano atrás que eu presenciaria este momento? Nunca.

Mas bem, terminando com os devaneios, gostei muito do anúncio. Data de lançamento: 1º de Dezembro (ótimo). Preço do console: R$2999 (bem, previsível...). Preço dos jogos: $99 a R$159 (alcançou minhas expectativas). Títulos lançados: alguns, dentre eles Gears of War e Dead or Alive Extreme Beach Volleyball 2 (muito bom).

Vamo lá: O preço do console não é o sonho de todo mundo. E tá longe disso, uma vez que nem é difícil achar importados legalmente (Submarino, Americanas) por menos de 2 mil reais. Mas a Microsoft tá fazendo o dever de casa. Fez um ótimo trabalho incluindo uns extras no pacote (3 jogos, faceplate) para tentar melhorar o custo-benefício. Excelente estratégia. Gostei bastante, mostra que ela está mesmo empenhada a levar a sério o nosso patético mercado.

O preço dos jogos então está muito bom. Compete de igual pra igual com os importados, e em alguns casos, tem valor menor do que os importados (assim como acontece com jogos de PC). Faça os cálculos e veja se é fácil comprar um gears of War importado por menos de R$159. A propósito, o lineup muito bom, trazendo inclusive jogos recém lançados no exterior, como o próprio Gears of War e Dead or Alive Extreme Beach Volleyball 2.

No mais, isso tudo acabou de encher minha barrinha de esperança novamente. è nessas horas que o bravo gamer brasileiro chega a fazer combos de sonhos na cabeça... e assim caminha a humanidade gamer.

Sempre sonhei em ver nosso país oficialmente numa lista dessas

Ah, mas como diz o título, eu NÃO fui a conferência. Claro, sou bravo gamer brasileiro, tenho que sofrer. Um amigo me ligou de São Paulo dizendo que tinha convite pra mim... Mas não tinha como eu ir. Tinha que cuidar da minha outra vida, aquela, vida normal.

Não tem problema. Semana que vem tem Videogames Live!

sexta-feira, outubro 20, 2006

Semana do Gamer Brasileiro

Depois de 2 anos consecutivos, parece que não teremos EGS este ano. É lamentável. A EGS era, acima de tudo, um evento de confraternização gamer no Brasil, algo como um Carnaval para os gamers. Um evento imperdível, inesquecível, onde nós planejávamos tudo meses antes, ansiosamente. Era de perder o sono.

Mesmo assim, mesmo com a falta da EGS, ainda temos a Videogames Live. Um evento tão importante quanto a EGS. Ou seja, com a Videogames Live, a Semana do Gamer Brasileiro ainda está garantida.

Peraí... É isso: acabo de decretar que a segunda semana (cheia) de Novembro como a Semana do Gamer Brasileiro. É claro! Desde 2004 que no segundo fim de semana cheia de Novembro, ocorre um grande evento, em São Paulo, onde gamers de todo o Brasil se encontram, se confraternizam, se divertem. E comemoram. E, que eu me recorde, isso nunca aconteceu no Brasil. Nunca houve uma data específica ou evento em que atraísse tanto gamer num lugar só, com o mesmo próposito. Chega a ser emocionante.

Veja só: a Semana do Gamer Brasileiro começaria na Segunda-Feira e terminaria no Domingo. Nesse período, durante os dias úteis, as lojas de videogames por todo o Brasil poderiam fazer promoções, descontos, eventos ou campeonatos. E, no final da semana, um grande evento aconteceria, seja a Electronic Games Show ou Videogames Live, fechando as comemorações da Semana do Gamer Brasileiro.

E por que não? Além dos comerciantes verem suas lojas lotadas mesmo antes do Natal, nós gamers seríamos agraciados com festejos, comemorações e um grande evento no final. Seria, na verdade, a oficialização do que já sinti nos últimos dois anos, na época da EGS: um clima de confraternização, de rever amigos, de fazer novos amigos, de renovar a esperança, como se o tudo estivesse no caminho certo.

Anotem: Semana do Gamer Brasileiro, de 13 a 19 de Novembro.

Merecemos, não?

terça-feira, outubro 17, 2006

Alô, Som!

Sábado foi dia de gravar Sound Test, o podcast que participo junto com nosso chapa Salsa. Fazia mais de 2 meses que não gravávamos um podcast e os assuntos catalogados já estavam bem desatualizados. Mas a demora foi pelo fato de querermos melhorar a experiência para o ouvinte. O fato era que que a qualidade sonora do podcast não era lá essas coisas. Aliás, não era coisa nenhuma. Inclusive já tinhamos recebido tal crítica dos nossos ouvintes. Então, fizemos um upgrade no "estúdio" e pudemos gravar novamente no sábado.

Olha, modéstia a parte, ficou excelente. Muito além do que eu esperava. Compramos um microfone novo, mais profissional, e mudamos um pouco a dinâmica do podcast. Cada um tem sua hora de falar, os tópicos estão mais bem definidos e o som melhorou 100%. Next-Gen, praticamente. Como Salsa mesmo disse: "Parece que tá rolando uma palestra na sua sala".

Portanto, fiquem de olho, pois a partir do episódio #06, o Sound Test também entrará para a próxima geração!

segunda-feira, outubro 02, 2006

28 dias

Vamos lá, mais um texto sobre o sofrimento de ser um gamer brasileiro, mais um texto de protesto. Desculpem, queria mesmo falar de videogames, mas é muito difícil. Ser gamer brasileiro é difícil e sempre temos um problema a compartilhar.

Como você compra seus jogos? E seus consoles? Eu sei, é difícil. Às vezes nem temos a opção de comprar algo original, bonitinho, na caixa. Isso é um luxo do qual não podemos usufruir. Culpa de quem? ...

Há 28 dias comprei um Nintendo DS Lite no exterior. É, entrei numa loja online, selecionei o produto, escolhi a forma de envio, digitei meu endereço e meu cartão de crédito e pronto. Estou aguardando. Não, nada ilegal. Não é contrabando, não é pirataria, não é roubo. Fiz uma compra simples e correta. Mas, como sou um gamer brasileiro, tenho que ficar nessa angústia. Culpa de quem? ...

Não sei, às vezes eu fico pensando "Puxa, pra quê eu fico batendo cabeça por causa de videogame? Isso é tão importante assim? Esse papo de que videogame é cultura, nova arte, forma de expressão, faz mesmo sentido?" Isso é meu pensamento em desepero e depressão. Mas quando as coisas voltam aos seus lugares, fica tudo mais claro. Eu não estou roubando, corrompendo, sequestrando, destruindo, enganando, ofendendo, ignorando, sujando, depredando nada nem ninguém. Estou querendo me entreter, um direito que todo ser humano tem. Aliás, todo ser humano tem mas que, inflezimente, nem todos o garantem. Culpa de quem? ...

Como será que foi quando o cinema surgiu? Era difícil assitir a um filme? Os entusiastas de cinema sofriam como a gente sofre? Existia preconceito? É, comparar videogame com cinema já cansou né? É o que dizem. Mas é a melhor analogia que podemos fazer no momento pra tentar passar aos, digamos, leigos, o que o videogame tem se transformado. Não, não é mais um monte de quadradinho pulando na tela fazendo plic plom tuc.

Não sei se é só aqui, já não faço questão de saber. Mas é mesmo muito difícil ser gamer brasileiro. Principalmente quando se tenta ser ético. Veja só, tenta. Num país onde a corrupção está lá em cima e lá embaixo, você tem que rebolar pra ser ético. É, esperar 28 dias por uma compra legal, sendo que o contrabandeado tá ali, no centro da cidade, a menos de 10km da minha casa, onde eu posso comprar e voltar feliz pra casa.

Nessa horas a culpa é nossa, que incentiva o contrabando, o mercado cinza e o mercado negro. Mas e quando se tem impostos exorbitantes, os quais boa parte vão para cuecas? E quando se tem um serviço aduaneiro e postal de honestidade duvidosa o qual o bem que você adquiriu, legalmente, fica a mercê de boa vontade pra ser liberado? E se for liberado. Pois há casos que um videogame virou dois frascos de perfume vagabundo. E aí, a culpa é de quem?

segunda-feira, agosto 28, 2006

Dual Shock: Perfeito!

Responda rápido: qual o erro da frase título deste texto?

Falar mal do Dual Shock é comigo. Inclusive, já falei sobre isso aqui, mas talvez não tenha sido o suficiente...

Né por nada não, mas um controle de mais de 10 anos de idade já não presta. Só o acha bom o pessoal da Geração Playstation, que, desde que comprou um Playstation com Winning Eleven, é só isso que sabem fazer. Mal mal experimentaram outros joysticks, e sempre voltavam para o bom e velho Playstaton.

O Dual Shock podia ser bom lá nos idos de 1995, quando era uma evolução do joystick do Super Nintendo. Mas a partir do Playstation 2, já ficou ultrapassado.

A partir do momento que os jogos 3D viraram padrão (depois do Saturn e Playstation), o joystick analógico ganhou vida, primeiro no Nintendo 64. Logo depois a Sony lançou o joystick analógico pro Playstation, incluindo ai as duas alavancas analógicas. Ela tava certa, tinha que seguir a evolução da indústria. Tanto que até o Saturn teve seu joystick analógico, que saiu junto com NiGHTS.

Porém, aquela época ainda era tempo de transição. Por isso os joysticks, apesar de já possuírem suas alavancas analógicas, davam ênfase aos direcionais digitais, legado vindo da era dos jogos 2D. Percebam que tanto no joystick do Saturn, quanto no do Playstation e do Nintendo 64, o direcional digital ficava na posição de destaque. O analógico era um comando secundário.

Quando o Dreamcast foi lançado, ele já veio com o direcional analógico na posição de destaque, seguindo a evolução. O direcional digital desceu, pra uma posição secundária. Além disso, ele trouxe os gatilhos também analógicos, imprescindíveis hoje para jogos de corrida principalmente.

A Sony, por qualquer motivo que seja, ao lançar o Playstation 2 manteve o mesmo layout do Playstation. A Microsoft e a Nintendo, nos seus novos consoles, seguiram a evolução, levando o direcional analógico pra posição de destauqe e fazendo do digital um controle secundário, uma vez que jogos 3D já eram padrão na indústria. Elas, também, incluíram gatilhos analógicos. Coisa que o Dual Shock 2 ainda não tinha. Ele tava parado no tempo.

Na E3 deste ano foi clara a reação da platéia quando Ken Kutaragi mostrou no "novo" Dual "Shock" 3. Por alguns segundos a platéia pensou se tratar de uma brincadeira. Chegou a se ouvir umas risadinhas, inclusive. "Não, o mesmo joystick de novo não", devem ter pensado. O fato é esse: o Playstation possui um joystick defasado, de mais de 10 anos, que não possui sequer botões ou gatilhos analógicos e onde o direcional digital ainda é destaque.

Porém, com o Dual "Shock" 3 a Sony resolveu algumas coisas. Os gatilhos entraram (parecem que meio de última hora, mas estão presentes). O direcional digital, porém, continua lá em cima, em destaque, como se fosse um joystick de Mega Drive.

Além disso, os joysticks têm botões demais. As fabricantes deviam fazer uma revisão de design. Mas, como só a Nintendo tem cacife pra arriscar, Microsoft e Sony preferem não mexer muito nesse quesito. Quem sabe, na próxima geração.

E não me venham dizer que os botões de ação (triangulo, quadrado, circulo e cruz) do Dual Shock 2 são analógicos. Eles são, mas são tão inúteis quanto os analógicos do Xbox (A, B, X, Y, Branco e Preto). Do jeito que estão mapeados, é quase impossível pra fisionomia humana ter sensibilidade ao pressionar estes botões.

Ah, quanto a resposta da pergunta que fiz no início do texto, simples: nada é perfeito.

Wii: Entenda sua decepção (e a minha)

Desde o N64 que, basicamente, quem compra plataforma da Nintendo são seus fãs. Claro, existem aqueles que são exceção, mas a grosso modo é i...